Por Marcelo Boog
Decidir o momento certo para realizar uma Pesquisa de Clima Organizacional pela primeira vez pode ser desafiador. Muitas empresas já realizaram essa pesquisa no passado e desejam retomá-la. Frequentemente, somos questionados sobre o momento ideal para conduzir uma Pesquisa de Clima. Embora cada situação exija uma resposta específica, todas giram em torno de um princípio central. Mas afinal, qual é o momento ideal para realizar uma Pesquisa de Clima Organizacional?
Frequentemente são usados argumentos e/ou justificativas para adiar o projeto. Alguns exemplos:
- Mudança de um diretor ou gerente específico;
- Alterações na estrutura organizacional;
- Conclusão de um processo de treinamento;
- Falta de tempo devido à correria;
- Inauguração de uma nova unidade;
- Processos de fusão em andamento;
- Perda de um cliente importante;
- Mudanças no layout do escritório;
- Demissão de um profissional-chave.
Na verdade, não existe um momento ideal. Se uma empresa esperar por condições totalmente favoráveis e estáveis, pode acabar nunca realizando a Pesquisa de Clima Organizacional. Estamos em um mundo dinâmico, com constante entrada e saída de colaboradores, gestores e de clientes, e diversos processos acontecendo simultaneamente. Sob essa perspectiva, sempre é um momento oportuno para a realização da Pesquisa. Mas será mesmo?
Nem sempre. Antes de iniciar uma Pesquisa de Clima, é crucial definir claramente o que será feito após a pesquisa. Queremos realmente mudar? Estamos dispostos a nos desenvolver? Temos condições de assumir compromissos de mudança? Dispomos de verba para implementar planos de ação? A alta adinistração está comprometida com potenciais mudanças?
A Pesquisa de Clima Organizacional é uma ferramenta eficaz e rápida para mapear possibilidades de melhoria, não apenas pelo RH, mas pela administração como um todo. No entanto, a aplicação da pesquisa demanda continuidade nas ações. A pesquisa gera grandes expectativas nos colaboradores, que na medida do possível não devem ser frustradas.
O maior erro é realizar a Pesquisa e não agir sobre os resultados. Nesse caso, é melhor não fazê-la. Se a empresa sabe previamente que não tomará nenhuma ação, deve esperar um momento mais oportuno. Caso contrário, será um desperdício de recursos e, pior ainda, a perda de credibilidade, podendo “queimar” a ferramenta.
Outra pergunta comum é sobre o momento do ano para realizar a pesquisa: início, meio ou final. O mais importante é se a empresa tem condições de aplicar e dar continuidade à pesquisa. Se sim, qualquer momento é válido.
Uma Gestão de Clima bem gerenciada leva a um ciclo contínuo de melhorias:
A Pesquisa gera um relatório detalhado, que, junto com o planejamento estratégico e a visão de futuro da organização, forma o plano de ação da Gestão do Clima. Essas ações corretivas e preventivas são aplicadas continuamente. O ciclo de cada empresa varia, mas a repetição anual da pesquisa é comum, gerando novos relatórios e ações de melhoria, beneficiando colaboradores, lideranças, acionistas e clientes.